quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PARA PENSAR!


Autor desconhecido
Você já parou para pensar quantas vezes ao dia reclamamos?...
Do que temos, do que não temos... Do que fazemos ou deixamos de fazer?...
Queixamo-nos sem reconhecer as bênçãos que temos...
Queixamo-nos de ir trabalhar, quando existem pessoas que nem sequer acreditam que tenham um futuro.
 
Você reclama que sua família não te entende... Terias preferido ter nascido num lar assim?
Queixamo-nos de que estamos gordos demais, magros demais... Concentramo-nos no superficial ao invés de ver o que há no coração.
  
Aliás, você tem olhado para dentro do seu coração?
Você tem reclamado que ninguém te ama e ninguém te quer? ... e eles? Será que sabem o que significa a palavra, amor?
 
Ou a palavra, querer?
 
Você sabe o que é desejar um pedaço de pão?...
Quando o que se quer mesmo, é só encontrar uma esperança...?
 
Você tem reclamado por se sentir infeliz?
A próxima vez que você for reclamar, que for chorar e se desanimar por qualquer motivo, PENSE, E REPENSE.... Tem te faltado comida, trabalho, abrigo, amor, carinho, amizade, família? Verdadeiramente?
Pense bem você pode não ter as coisas que desejaria ter, mas tem o que precisa ter (Família, amigos, abrigo).
 
 

Por que acreditar na nação brasileira?


Por Bruno Oliveira
Letras Português - UFPI

    O Brasil é geralmente citado mundo a fora como o país da corrupção, do jeitinho, das bundas e mulheres mais bonitas e fúteis do mundo, comparam-se as culturas e ideologias norte-americanas e européias às brasileiras menosprezando a esta. Lembram-se de criticar os defeitos e esquecem-se de enaltecer todas os bens que aqui se fazem presentes, as maiores riquezas naturais que temos, por exemplo.
     É bem verdade que temos pessoas que não merecem nem serem chamados de brasileiros, muito menos estarem sentados representando todo país. O Brasil não tem todos esses defeitos que nos dizem ter. Tem o que toda nação tem, pessoas corruptas, violência nas ruas falta de responsabilidades de muitos, porém isso não se pode generalizar à nação. Pode-se muito pelo contrário tentar generalizar toda a nação como pessoas de altíssimo intelecto, presteza, amor e garra.
     Teoricamente, temos uma bela e admirável história. Se lembrarmos que desde os primórdios os mais “avançados” países europeus disputaram o território brasileiro. Quando aqui chegaram extinguiram uma população pacífica que de certo nada disso merecia, tentaram impor culturas e crenças em povos que já as tinham e ainda chamaram-nos de bárbaros cabendo a si tal nomeação.
Sendo o Brasil detentor, sem dúvidas, das maiores dádivas divinas, como a Floresta Amazônica, Rio Amazonas e muitas outras, de nada temos de nos envergonhar, cabendo a vergonha a quem só destrói o bem coletivo, quem só atrai guerra à paz alheia e a quem não respeita nada e nem ninguém em benefício próprio, em um mundo em que se torna indispensável à sobrevivência a coletividade mundial.
     Seria impossível transcrever em um pedaço de papel todas as características e qualidades brasileiras, pois as mesmas não caberiam em um simples pedaço de madeira (papel e lápis) tirada das florestas.
     Por isso, a nação brasileira tem mais do que nunca de orgulhar-se de um passado tão glorioso, de um presente com tanta dificuldade, porém feliz e de um futuro promissor.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

De virgem a sedutor




CAPÍTULO I
Apresentação ao leitor
Quando se escreve algo, pode-se escrever por dois motivos: Um é que sua imaginação pode construir histórias tão interessantes quando você pára a pensar e o outro é que você já viveu ou já presenciou essas histórias tão interessantes. Pois bem, as histórias que passaremos a ler são todas da vida de um jovem rapaz chamado Werlox de Carvalho e suas aventuras e orgias.. Mas aviso logo, abaixo existem conteúdos não apropriados para menores de 18 anos. Cenas e contos de taxação adulta, por isso se você não tem dezoito anos, guarde-o e leia-o somente quando completar a maior idade. Deixemos, então de conversa e comecemos a ler.
Werlox começou sua vida como boa parte de todos os seres humanos do sexo masculino. Nasceu, teve infância, aliás, que infância, Werlox se lembra que, quando menino, por volta dos seus 10 anos de idade, um dos nomes mais bonitos que sua querida avó, dona Leonor, chamava-o era de espírito sem luz, cão (e não do sentido canino da palavra), vocês sabem de que cão estou falando. E olha que ele nem era tão danado assim, só porque, às vezes, chateado, quebrava alguns móveis da casa ou batia na filha dela mais nova, Cibele, ou coisas pior, afinal, motivos irrelevantes para tal nomeação que recebia. Porém, nada disso veio a trazer-lhe nenhum tipo de trauma, só raiva.
Seu pai “Piemont”, senhor forte, alto, de boa aparência, altamente centrado em seus pensamentos, sempre achava uma forma de defendê-lo e dizer que ele era apenas uma criança, porém, ele só esquecia o adjetivo que vinha após a “criança” que é atentado, mas pai é assim mesmo procura sempre ver no filho uma boa imagem. E de fato ele a passava, embora danado em casa, sempre obteve boas notas na escola e era tido por alunos e professores como intelectual, ele gostava da denominação, porém não achava que a merecia, uma coisa é estudar e tirar boas notas, ato que todos podem fazer, outra coisa é desenvolver inteligência capaz de aprender sem estudar, Werlox sempre procurou desenvolver essa inteligência, envelheceu e não soube como fazê-la.
Piemont só achava que seu filho era tão bom porque ele não passava o dia com o filho, aliás, viam-se só nos fins de semana, uma vez que, ele e sua mãe, até os seus dez anos, estavam separados em casas diferentes e o pepino de criá-lo tinha sido passado à mãe. Aliás, vocês já pararam para pensar por que quase sempre esse papel de criar o filho é passado para mãe. Será que só o fato de receber uma quantia referente ao direito do filho faz isso. Werlox tinha um vizinho chamado Manoel que estava separado de sua mulher há muito tempo e ele, um pai muito responsável, nunca deixou de pagar a famosa P.A. (Pensão Alimentícia). Certo dia quando sua filha, Roberta, já estava para completar seus 21 anos de idade e ele não teria mais obrigação de pagar a P.A., dialogou com a mesma. Manoel estava alegre, pois sabia que  não teria que dar pensão para ela nunca mais.
Ele iniciou então o diálogo.
Manoel – Minha filha, você sabe que mês é esse?
Roberta – sim, papai, eu sei, é setembro.
Manoel – não quis dizer isso. Pergunto-lhe se você e sua mãe já sabem que esse mês será o último mês em que pagarei a sua pensão alimentícia, pois você já completou 21 anos e eu não tenho mais obrigação de pagá-la.
Roberta – sim, papai, nós sabemos.
Manoel curioso quis logo saber a reação da ex-mulher.
Manoel – e o que sua mãe disse?
Roberta – Ah! Ela me disse que eu não sou sua filha.
Depois disso Werlox nunca mais teve notícias dos três. Conclusão, às vezes, algumas, e somente algumas mulheres, fazem tanta questão de criarem os filhos, somente para receber a P.A.. Creio que não era o caso da mãe do rapaz, muitas vezes, ela até dizia que iria mandá-lo morar com seu pai.
Falando de mãe vamos lá.
Mãe, sinônimo de ser humano bom, de enorme amor, bondade e fraternidade. Werlox só não sabia ao certo o porquê de sua mãe não ser assim. Ele teve algumas hipóteses, uma é o fato de ele ser tão danado que não merecia nenhum carinho e o outro é que ela era ruim mesmo. Logicamente que criar um filho praticamente sozinha requer muito amor, dedicação e principalmente muito trabalho. Em algumas horas Werlox queria não ser tão danado e ficar para sempre em seu colo e seios tão macios. Sua mãe se chama Joana e é filha da “senhora” que acabara de ser citada logo acima, dona Leonor. Suas características físicas são simples: morena, cabelos e olhos escuros 40 e se lá vai anos e algo mais, sua personalidade já vos disse, porém dando ênfase, no mínimo difícil, mas no fundo, bem no fundo mesmo, quase chegando ao chão, é uma ótima mãe, ele, na posição de filho, é que não sabia apreciar e dar o devido valor a ela. Quase ninguém sabe dar valor para quem realmente o tem, e ela só quer o seu bem.
 Nas linhas anteriores foi falado muito sobre os outros, dos pais e alguns dos parentes de Werlox. Agora, vamos falar de Werlox. Então vamos lá.
Werlox de Carvalho, atualmente tem 28 anos, 8 meses, 10 dias e algumas horas. Pois bem, é moreno, estatura mediana, aparência relativamente agradável e tudo mais, tentem imaginar o que falta de sua aparência.


CAPÍTULO II
A primeira vez
Diz-se que a ordem natural para todo e qualquer ser vivo é a seguinte:
Nascer, crescer, reproduzir-se e morrer.
            No caso de Werlox não parecia ser assim. Não achava que isso pudesse dar certo, tinha outra forma de ver as coisas: A ordem natural das coisas para ele seria a seguinte:
Nascer, Crescer, ficar bem velhinho, apodrecer e morrer. Vocês podem estar se perguntando o porquê dessa ordem ilógica.
            Não é à toa, Werlox pensava que seria impossível deixar de ser o que hoje chamam de B.V., ou seja, boca virgem. Pode parecer mentira, mas isso somente veio a acontecer em meados de seus quinze anos, o que para muitos rapazes dessa idade é quase impossível, mesmo se tratando de um cara “bem feio”, que não era o caso de Werlox. Apesar de que hoje não existe mais ninguém feio no mundo e sim “mal-arrumado” ou “liso”.
Vocês já pararam para imaginar o que um rapaz aparentemente feio, mas que possui um bom caráter, também conhecido como “carro”, e um grande respeito vulgarmente chamado de “dinheiro” pode arranjar, crê-se que muito.
Por outro lado, vamos analisar: Os rapazes que não possuem esse “caráter” e “respeito” elevados estão perdidos, uma vez que nossa sociedade tornou-se tão materialista que se chega ao ponto de perguntar-se o quanto valemos, no caso de Werlox não muito.

Entrelinhas:
Uma cena inolvidável. Estava, então, em uma festa e vi duas garotas muito bonitas e, sem querer, as ouvi dialogando, elas diziam assim:
Garota 1 – Olha mulher que gato aquele!
Garota 2 – Qual mermã¹?
Garota 1 – Aquele de camisa branca e calça preta.
Garota 2 – Ah! Não gostei, ele é muito feio.
Garota 1 – Mas, preste bem atenção à chave do carro dele, é tão linda você não acha?
Garota 2 – Realmente você tem razão.
            Conclusão: o cara era o maior feio da festa, mas portava no passador de cinto da calça uma chave de carro o que o tornava muito mais bonito que muitos.
Obs: Mermã¹: Paro para pensar, às vezs,, quantos novos nomes se criam de acordo com a necessidade e o quão prático são os jovens atuais. O jovem é tão prático que tenta minimizar ao máximo as palavras e o resultado é esse, dialetos que somente eles entendem e palavras que não constam nos dicionários, a palavra acima citada é um exemplo disso, mermã. A expressão certa seria “minha irmã”, mas para quê falar isso tudo se com apenas a metade da palavra pode-se compreendê-la.
 
Mas, voltando ao assunto, isso só acontece enquanto você não beijou ninguém ainda, quando se beija alguém pela primeira vez parece que as portas da felicidade se abrem, principalmente quando essa menina que tira a sua B.V. resolve contar para suas amigas se você se garante. Mesmo sendo pela primeira vez elas vão querer provar também.
Existem casos de rapazes que buscam tanto a perfeição do beijo que treinam dias e noites antes do tão esperado “primeiro beijo”, os treinamentos normalmente se dão com alguns objetos “inanimados” como laranja, bombom e até mesmo com o próprio membro superior, ou braço.
Werlox tinha uma vizinha de nome Ana Carolina, que por sua vez era casada com um senhor de nome Jorge. Jorge era comerciante e passava o dia fora de casa só chegando à noite. Ana Carolina, mulher loura, vinte e um anos tinha um casal de filhos, a menina era de Jorge e o menino de..., não se sabe quem.
Ana Carolina era fogosa ao extremo e Jorge já não a satisfazia. Há rumores de que ela já fora mulher da vida, e que foi Jorge que a tirou dessa vida, daí deve ser o motivo de sua fogosidade.

Ana Carolina tornou-se rapidamente amiga de Joana e de Werlox também. Passava o dia a flertar com Werlox.
Werlox até então como já foi dito, não tivera nenhum contato com mulheres, a não ser quando sua mãe não estava estressada e lhe dava alguns beijos na bochecha, ou uma menina de nome Soraia que tinha lhe dado um beijo o qual até seu queixo havia ficado molhado, ele imaginava que se um beijo fosse tão molhado como foi com Soraia não queria mais dar nenhum beijo.
            Não demorou muito para que Ana Carolina tivesse uma oportunidade de dar o primeiro xaveco direto em Werlox, e foi justamente em uma festa na casa de dona Leonor que Ana Carolina partiu para o ataque ao virgem de 15 anos.
            Estavam na cozinha os dois. Ana Carolina pede um pouco de refrigerante a Werlox e lhe promete um beijo.
Ana Carolina – Werlox pegue um pouco de refrigerante para mim e dar-te-ei um beijo.
Werlox – Só aceito se for na boca.
            Nessa hora o coração de Werlox batia fortemente com medo de não saber corresponder ao beijo de Ana Carolina, mas tentava mostrar-se experiente. Quando Ana dirige-se ao banheiro que ficava logo perto da cozinha, as mãos de Werlox soavam frias, tentou pegar um copo de água, porém o quebra de tanto nervosismo. Ana Carolina quando sai do banheiro, vê que o copo quebrou-se há pouco, interroga-o sobre o acontecido.
Ana Carolina – o que aconteceu, quem quebrou o copo?
Disfarçando o nervosismo, Werlox indaga.
Werlox – quebrei-o enquanto imaginava o gosto de seu beijo.
Ana Carolina sorri faceiramente, mas no fundo sabia que Werlox estava bastante nervoso. Esse nervosismo a deixava mais interessada no rapaz.
Até então, os dois não haviam se beijado, mas tudo indicava que aconteceria. Faltava, pois, somente um momento propício, mesmo porque eles não poderiam se beijar na frente da família de Werlox, uma vez que todos sabiam que Ana Carolina já era casada.
Werlox não sabia se ficava contente por saber que enfim beijaria na boca verdadeiramente, ou se ficava triste, pois não sabia beijar direito, pelo menos ele achava que não sabia fazê-lo.
Quando na hora da partida de Ana Carolina, Werlox a acompanha até um orelhão a seu pedido para que pudesse chamar-lhe um táxi. Na verdade tudo não passaria de um truque, já que na casa de Werlox havia telefone e vários celulares e não havia motivos para irem ao orelhão, porém ninguém lhes disse nada.
Estavam os dois sobre a sombra de um orelhão um tanto escuro e o silêncio tomava-lhes de conta, Werlox já não sabia o que falar, nem o poderia, Ana Carolina olhava-o tão fixamente que o deixava sem jeito. Não demorou muito e os dois sem falar nada se beijam esfomiadamente.
Werlox não sabia que seria tão bom beijar. Passou a considerar como primeiro beijo o que deu há pouco em Ana Carolina e não o que dera em Soraia há três anos e que ele desaprovou na hora, não por Soraia, afinal seria aético falar mal do beijo de uma mulher, mesmo que essa mulher só tivesse 10 anos na época.
Nesse dia a alegria tomou de conta de Werlox (rapaz inocente) e ele quase não dormiu pensando na satisfação de ter dado um beijo. Dormiu na casa de dona Leonor onde acontecera a festa.
No outro dia, não vai à casa de dona Joana, por estar com medo de rever Ana Carolina, ele apesar de ter gostado muito do beijo, não achava que Ana Carolina também houvesse gostado e estava com vergonha do reencontro.
Passados dois dias, ele volta à casa de dona Joana e vê de longe Ana Carolina que lhe sorri piscando os olhos, então ele tem a certeza de que ela também gostou e que provavelmente repetirão o ato.
No dia seguinte, quando dona Joana sai para trabalhar, Werlox fica em casa sozinho, ouve bater sua porta. Pensa logo que seria Ana Carolina, vai até a porta apressado, porém quando abre, vê o rosto enraivecido de dona Joana que se esqueceu da bolsa e voltara para pegá-la. Quando Werlox olha para a rua, estava lá Ana Carolina a lhe sorrir, como quem quisesse dizer: deixa só dona Joana sair que eu já chego aí.
E seus pensamentos não estavam errados, quando dona Joana virou a esquina Ana Carolina entra de casa adentro, Werlox deixara a porta aberta justamente para que ela nem batesse e entrasse logo.
Estavam a sós em casa, Werlox pensava que ela o havia de beijar logo que entrasse, já não se agüentava mais de ansiedade para saber a posição de Ana Carolina. Depois de passados alguns instantes, os dois silenciaram-se e esperaram um a fala do outro, Ana Carolina fala:
Ana Carolina - Como tens passado, não o vi ontem!
Werlox – estava na casa de minha avó, dona Leonor, mas respondendo a sua pergunta estou muito bem, obrigado! E você?
Ana Carolina – na verdade estou muito arrependida.
No rosto de Werlox vem certo ar de tristeza, ele pensava que ficariam juntos um bom tempo, mas o que ela dissera era que, provavelmente, eles nunca mais se enamorariam novamente. Para saber o real motivo do arrependimento ele indaga.
Werlox – arrependida?! Arrependida de quê?
Ela respira fundo e diz:
            Ana Carolina – de não te ter beijado antes enquanto eu ainda era solteira.
            Werlox respira aliviado, mas sabe que ela tem razão e que não é certo continuar com ela, pois a qualquer hora eles poderiam ser descobertos, isso se já não houvessem sido.
Ele pergunta:
            Werlox – mas esse arrependimento, quer dizer que não mais nos reaproximaremos?
            Ana Carolina – não, quer dizer que temos que fazer as coisas muito bem escondidas.
Werlox sorri para Ana Carolina e os dois novamente voltam a se beijar. Essa era a segunda vez que os dois ficaram juntos. Não sabia ele o que o aguardava no dia seguinte.....

Por Bruno Oliveira
Letras Português - UFPI.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

De virgem a sedutor



 Nesse quadro mostraremos alguns contos de autoria própria. Logicamente, que a intenção não é nos tornarmos escritores profissionais, mesmo porque não cremos nessa enorme dádiva. Fá-lo-emos, pois cremos na possível curiosidade que esse quadro pode aguçar em nossos leitores. O primeiro conto a ser mostrado será um chamado "De virgem a sedutor", é a história de um rapaz, "Werlox de Carvalho" e suas aventuras. O conto passa por sua infância e dá bastante ênfase em sua adolescência, época em que Werlox teve suas maiores e mais interessantes história para nos contar. Semanalmente será colocado um capítulo do conto. Leiam, divirtam-se e comentem.

OS NÍVEIS DE LEITURA DE UM TEXTO LITERÁRIO





Por Elano Sudário Bezerra
Filosofia - UFPI



Toda obra literária permite ao leitor, pelo menos dois níveis de leitura: um superficial e outro profundo. O primeiro está ligado ao significado literal da obra, este nível tem sua importância se pensarmos que se não passarmos por ele não chegaremos a qualquer outro nível. Por outro lado, não se pode ficar limitado apenas a este primeiro nível. Interpretar um texto literário não é apenas entender o que ele diz e ser capaz, depois disso, de fazer um resumo.
O segundo nível é onde entra a prática interpretativa, onde o texto é percebido como uma pluralidade de significados. Vias de interpretações diferentes apresentam-se diante do leitor. Não se quer dizer aqui que neste nível de leitura o que o autor quis passar não é importante, mas que a partir da significação literal se busque possibilidades significativas no texto. De modo que neste nível de leitura é que reside o valor do texto literário.
Temos visto que nas escolas não se tem passado do primeiro nível. Muitas vezes, a nossa preocupação em ler um texto literário não é a de apreciá-lo e interpretá-lo, mas, contrariamente a isso, achegarmo-nos a estes textos com a ânsia de saber o que nos será cobrado dele na avaliação que faremos, ou mesmo, o que podemos extrair de importante para colocar no resumo que nos é exigido. Talvez, pela não aproximação do segundo nível de leitura do texto literário é que muitas pessoas não conseguem enxergar a Literatura com bons olhos.

domingo, 8 de novembro de 2009

PRÓCLISE, UMA FORMA DE FALAR!




Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

Esse poema de Oswald de Andrade mostra-nos exatamente a grande tendência geral que a nação brasileira tem em optar por essa colocação pronominal antes do verbo, chamada próclise. De acordo com a gramática normativa, não se colocam pronomes oblíquos ao início de frases. Mas, não resultando no desentendimento da mensagem, de forma geral, as pessoas tendem a dizê-lo desta forma. Duas são as regras que regem a colocação pronominal: 1ª Não se iniciam frases com pronomes oblíquos; 2ª A próclise é sempre correta, exceto em início de frases.
Said Ali, em seu magnífico livro chamado “Dificuldades da Língua Portuguesa”, diz-nos que a colocação pronominal é algo, meramente, fonético, em contradição a alguns autores. Ele exemplifica dizendo-nos: A gramática mostra-nos que existem alguns fatores de próclise, ou seja, palavras e expressões que criam uma tendência a anteposição destes pronomes, a exemplo, “Não me chame disso”. Porém, em verbos no infinitivo e no gerúndio, essa tendência não existe, a exemplo, “Não amá-lo é como minha morte”; Não amando-te não saberia como viver, e existem também palavras que não são advérbios, mas tem sentido negativo. A exemplo, a preposição “SEM”: Sem amá-lo não consigo viver.
É bem verdade, que a próclise já atua na fala nacional como uma forma fixa de falar, e como bem disse Oswald: “Mas o bom negro e o bom branco da nação brasileira dizem todos os dias: Deixa disso, camarada, me dá um cigarro”.
Não existe uma forma certa de falar, mesmo porque se existisse não saberíamos que a disse e, desta forma, como saberíamos se é verídico. Não resultando no desentendimento da mensagem, o importante é comunicar-se. A gramática, neste contexto, atua como coadjuvante e não como ator principal. Então, “Me dê um cigarro”. 


Poema de Oswald de Andrade
Conceitos e embasamentos de Said Ali (Dificuldades da Língua Portuguesa)
Texto e interpretação de Bruno Oliveira (Letras Português – UFPI)

Fora de moda...






Se não estivesse fora de moda...
Eu iria falar de Amor.
Daquele amor sincero, olhos nos olhos,
frio no coração.
Aquela dorzinha gostosa,
de ter muito medo de perder tudo.
Daqueles momentos que só quem já amou um dia,
conhece bem.
Daquela vontade de repartir,
de conquistar todas as coisas...
Mas não para retê-las no egoísmo material da posse,
mas doá-las, no sentimento nobre de amar.
Se não estivesse fora de moda...
Eu iria falar de Sinceridade.
Sabe, aquele negócio antigo
de fidelidade, respeito mútuo...
e outras coisas mais.
Aquela sensação que embriaga mais que a bebida.
Que é ter, numa pessoa só, a soma de tudo que
às vezes procuramos em muitas.
A admiração pelas virtudes, aceitação dos defeitos...
E, sobretudo, o respeito pela individualidade,
que até julgamos nos pertencerem,
sem o direito de possuir.
Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Amizade.
O apoio, o interesse, a solidariedade de uns
pelas coisas dos outros e vice-versa.
A união além dos sentimentos
e a dedicação de compreender para depois gostar.
Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Família.
Sim!  Família!!!
Pai, mãe, irmãos, irmãs, filhos, lar...
O bem maior de ter uma comunidade unida
pelos laços sanguíneos e protegidas pelas
bênçãos divinas.
Um canto de paz no mundo, o aconchego da morada,
a fonte de descanso e a renovação das energias.
Família...
O ser humano cumprindo sua missão mais sublime
de seqüenciar a obra do criador.
E depois...
Eu iria até, quem sabe, falar sobre algo como...
a Felicidade.
Mas é pena que a felicidade,
como tudo mais, há muito tempo já está
fora de moda.
Sabe de uma coisa...
Me sinto feliz por estar tão fora de moda.
E você?
Também está fora de moda como eu?
Espero que sim!!!

                                  Autor Desconhecido

sábado, 7 de novembro de 2009

EU, ETIQUETA



Texto de Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.


     ATÉ HOJE, NÃO LI UM TEXTO QUE TRATASSE COMO SOMOS PROPAGANDAS AMBULANTES COM TANTA ARTE, MAESTRIA, CLAREZA E PRECIOSIDADE COMO ESTE POEMA DE DRUMMOND. DE FATO, SOMOS TUDO ISTO QUE É DESCRITO NO POEMA. ENQUANTO UNS SÃO PAGOS PARA USAR CERTAS MARCAS E TENTAREM PROMOVER UMA POSSÍVEL "MODA", OUTROS PAGAM PARA SEREM USADOS COMO PROPAGANDAS E SEGUIREM ESSA TAL "MODA".

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

COMO FICARIA A MÚSICA DA STHEFANY SE CORRIGIDA DE ACORDO COM A GRAMÁTICA?

 

Por: Bruno Oliveira
Letras Português - UFPI


No meu Cros Fox
Stehany
Composição: Stefhany e Nety 

Em frente ao meu portão
Esperei-te
Esperei-te
Não veio.

Agora, mostrar-te-ei
Que não sou mulher
Não sou mulher
De esperar...

Eu sou linda,
Absoluta,
Eu sou Sthefany

No meu Cros Fox,
Eu sairei
Dançarei
Divertir-me-ei
Não hei mais de ficar te esperando
Pois agora eu sou...
Demais.

E ao chegar na festa, vejo você
Dançando, beijando
Outra mulher
Será que você pensa que chorarei,
Desesperar-me-ei por um bobo e velho romance...

Eu sou linda,
Absoluta,
Eu sou Sthefany

No meu Cros Fox,
Eu sairei
Dançarei
Divertir-me-ei
Não hei mais de ficar te esperando
Pois agora eu sou...
Demais.

Ah! Ah... Eu esperei demais
Ah! Ah... Não ficarei aqui
Ah! Ah... Não posso mais ficar
Ah ah... Aqui...
A repetição, ninguém merece.

Qual música voê tem a curiosidade de saber como ficaria se revisada gramaticamente?



AUSÊNCIA DE CRÍTICA: QUANTO ÀS MÚSICAS



Pobre gato. Ele está ouvindo Sthefany

Por Elano Sudário Bezerra
Filosofia - UFPI

    É assustador perceber o que as pessoas estão considerando como digno de sua atenção. Aqui estarei voltado para o que tange às músicas. Sinceramente, o que temos ouvido? Sem falar da qualidade musical, que muitas vezes é sofrível. O conteúdo é completamente sem sentido das músicas que são tocadas freqüentemente pelas rádios.
    Muitas vezes, a falta de um senso crítico tem contribuído para legitimar a péssima prática musical em que muitos artistas estão inseridos. Uma música mal executada e sem sentido revela a falta de sensibilidade musical de quem a ouve. Ouvir uma música apenas para dançar, não é algo tão louvável quanto parece.
    Muitos ao lerem isso, podem se sentir indignados e pensando consigo mesmo, que estas minhas considerações não tem sentido algum ou mesmo que todas as críticas feitas aqui são de alguém que não conseguiu ser músico e agora está frustrado.
    Bem, não posso controlar seus sentimentos ao ler isso. Mas, me responda: Qual é mesmo o nome daquela música que ouviu em todas as rádios no início do ano? Como não se lembra? Não se diz que as coisas boas são difíceis de esquecer?
Sejamos mais seletos em escolher o que vamos ouvir!